sexta-feira, março 06, 2009

Em Crise

Já sabemos. À crise financeira juntou-se a crise económica global, de contornos incertos, relativamente à qual poucos arriscam previsões no que toca ao timing da retoma. Talvez 2010, talvez 2012. Crescimentos negativos são possíveis, expectáveis, na Europa. Desacelerações fortes nos Emergentes, incluindo um forte travão da “locomotiva chinesa”, hoje actor central da geoeconomia internacional (até porque tem um papel fundamental na aquisição da famosa dívida pública americana).
À crise económica junta-se a irmã, a crise social. Aumento do desemprego, do subemprego, apertos orçamentais para as famílias, dificuldades de sobrevivência e limitações às ambições individuais. E em contexto de crise social é expectável o surgimento de crises políticas, governos fragilizados, ascensão de populismos. Poderá começar na Europa de Leste mas não deverá ficar por aí.
E crises políticas, já se sabe, fragilizam o Estado, a sua credibilidade já afectada em contexto de sobreendividamento e maiores dificuldades de acesso ao crédito nos mercados internacionais, contribuindo para prolongar a crise financeira. Esta traz consigo a crise económica e a irmã, a crise social, antecessora da crise política.