sexta-feira, agosto 08, 2014

Tem potencial?

Fala-se muito em “potencial”, em “ter potencial”. Ideias, pessoas, regiões, cidades, países, sectores de atividade, etc., são avaliados como “tendo potencial” (ou como lhe faltando o mesmo). Mas o que é, afinal, ter potencial? Ter potencial é uma projeção do objeto da avaliação num futuro possível entendido, sob um determinado ponto de vista, como positivo (este ponto de vista pode ser individual, organizacional, nacional, mas também ambiental, económico, tecnológico, etc.). Parte-se do passado e do presente e, com base em informação e evidências (evidence), projeta-se estas evidências no futuro, augurando-se “potencial” a algo. O que é, então, necessário para ter potencial? Parece-me haver três condições: 1 – A existência de características distintivas na relação que é estabelecida com o contexto. Ter potencial é uma medida de relação. Nada nem ninguém tem potencial isolado. O potencial vem da relação com o outro, com o que não se controla, com o que não depende de “nós” (chamem-lhe contexto estratégico, mercado, ou outra coisa qualquer). O potencial vem da capacidade dessa relação se desenvolver, ganhar amplitude. 2- A existência de evidence/informação sobre essas características distintivas e de capacidade para as interpretar (sensibilidade). Somos capazes de captar esses sinais portadores de futuro, evidências de diferenciação, se quisermos usar a linguagem da Estratégia? 3 – A capacidade (e o desejo) de projetar e articular essa evidence/informação numa ideia de futuro possível, plausível e desejado (“projeto”). De definir e implementar uma intenção estratégica.