sexta-feira, abril 18, 2014

Os botões de punho

Há tanta coisa; a água; a linha e o resto; a coluna do renascido MEC; o Herman, não o José, o Kahn; o pensamento; a ideia de parar de ter ideias; o móvel de criado-mudo; os olhos azuis da Maria; os caracóis da Ana; o saudável Agualusa que tem um diário; a minha memória também necessita de um; uma casa onde se pode escrever; uma casa marcada pela leitura, não de livros, mas do que existe; o almoço e a conversa; o café na máquina que funciona cada vez melhor; o eu e o mim; o calor de Lisboa (e o Tejo ao início da noite?); a escala de Viseu; os bancos, não os de jardim; as cadeiras, não as da universidade; a religião; os arquitectos; as pessoas; os seus cérebros; as suas emoções; a ausência de um; a ausência do outro; a ausência dos dois; a presença de um; a presença do outro; a presença e interacção dos dois, cérebro e emoções; o km2 à nossa volta; as limitações do cérebro que nos dão corpo; as emoções que nos relembram que temos corpo; a criatividade que emerge; o círculo interrompido; e o acidente; a música; a grande música; e o ritmo; a doença; a roupa; e os sapatos; a comida (incluindo a japonesa e o peixe grelhado); e desligar; a televisão; o telemóvel; o computador; o rádio; a luz; o corpo; e ligar-nos; construir o “entre”; valorizar o encontro; falhar; voltar a falhar; e falhar melhor, como diz o meu amigo João; olhar para o mundo; o envelhecimento; o passado que alteramos cada vez que nele pensamos; o presente monopolista e inexistente; a liberdade ilimitada e a outra, a grande, íntima, limitada; o cansaço; a energia; o poder sobre os outros; o poder dos outros; o poder; o amor; os líderes que conheciam a verdade e sabiam; o “tudo é possível”; e a relação, a partir da colisão; a linguagem; o bluegrass; a ironia; e o riso; a gargalhada; o sorriso; o silêncio; os botões de punho.