sexta-feira, julho 11, 2014

A Estratégia tem um problema com o futuro

A Estratégia tem um problema com o futuro: o raio da coisa teima em ser incerta, não se deixa prever com facilidade, surpreende-nos e coloca em causa os nossos planos, feitos com tanta atenção, coerentes, “acertados” e alinhados. Alinhados, regra geral, com uma evolução “business-as-usual” do contexto estratégico, assumindo não só que o dia de amanhã vai ser mais ou menos igual ao de ontem, mas também que o próximo ano será mais ou menos igual ao ano anterior, os próximos 5 anos mais ou menos iguais aos 5 anos anteriores, e assim sucessivamente. Ou seja, o planeamento intitula-se com frequência de “estratégico” mas fica retido no curto prazo, no cada vez mais curto espaço de tempo em que as condições estruturais do nosso negócio, do nosso mercado, do contexto socioeconómico em que nos inserimos, permanecem relativamente constantes. Então, o que fazer? Simplificando, temos pelos menos duas hipóteses: (1) Identificar e analisar os fluxos longos de mudança que mais afetam o nosso foco / a nossa questão de base, pensar a forma como se inter-relacionam e situarmo-nos face a eles. Sete exemplos clássicos desses fluxos longos conhecidos por Megatendências (ou Tendências Pesadas): Envelhecimento da População; Pressão Crescente sobre os Ecossistemas; Urbanização; Cultura Digital; Globalização Económica; Individualização; Convergência Tecnológica. (2) Mudar as regras tradicionais da Estratégia e, em vez de nos focarmos no “certo” (ou seja, no que achamos que continuará de uma determinada forma), focarmo-nos no incerto (ou seja, nas variáveis chave que, no médio/longo prazo poderão evoluir de formas muito diferentes). Sete exemplos destas potenciais Incertezas Cruciais, pensando em Portugal como foco: Evolução do Perfil de Especialização; Sustentabilidade Financeira da Economia; Capacitação Institucional; Valores Culturais e Capacidade de Gerar Capital Social; Evolução do Modelo de Coesão Social; Tipologia e Papel das Cidades; Evolução dos Sistemas de Ensino e Formação em Portugal.

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